A vida é
engraçada, as pessoas parecem tão desorientadas mesmo quando estão muito
focadas em algo. Esta desorientação é causada pela falta de autoconsciente em
relação à realidade. As coisas são reduzidas para ficarem mais acessíveis ao
entendimento, não é? Veja por exemplo, os sinais de trânsito, servem para que
as pessoas parem ou continuem seu tráfego. Ora, um objeto inanimado por alguma
razão contém informações para orientar a vida das pessoas. Isto é bem significativo
quando percebemos que a progressividade do conhecimento humano durante a história
sempre torna as informações alojadas, e incubadas de alguma forma, dominadas,
controladas e enquadradas. Seja em forma de um livro, um quadro, uma música, ou
qualquer outro veículo da informação. Os objetos ficam lá, parados, esperando
que alguém os dê movimento, extraindo deles as informações que causam mudanças
em todo aquele cenário.
As coisas têm
vida? Pergunto. Não, ou pelo menos, não a vida orgânica e pensante de que
estamos acostumados. Vida, está aí um conceito difícil de se definir. O que é a
vida? Vida é expressão do ser, com certeza. Vida é o contrário de morte. E
morte é algo sem vida. Bem redundante, não acha? Mas é exatamente isso, a morte
é algo que causa negação e repúdio, não simplesmente aquele ato de separação
entre corpo e espírito, mas o sentido restrito de morte. Morte não é apenas o
nada. Morte é um estado existente, independente da forma como é sensorialmente
assistida. Seja espiritualmente ou fisicamente, idealisticamente ou
realisticamente, a morte existe. Considerando tudo isso, a vida é algo
positivo, não apenas algo idealizado, mas algo tão real que toda forma de existência
é atraída para a vida. A vida não é apenas movimento, é sentido e razão, é
lógica, causa e efeito, é descanso da força trabalho, é o objetivo final da existência,
é aquilo pelo qual todas as coisas existem. A vida não pode ser apenas um
conceito ou ideia presa à mente dos cansados desta vida aqui de baixo. A vida é
ativa ao ponto de exercer mudanças, a vida é incompreensível e imprevisível, a
vida orienta aquilo que pode ser conhecido, a vida tem leis e ordem, tem objetivos
claros e lógicos. A vida não pode ser passível de alguém lhe encontrar sentido,
pois ela é o sentido em si mesma. A vida, portanto, possui domínio e poder, e
como nada lhe escapa, a vida é soberana. A vida é mais do que tudo isso, ela é
pessoal, pois comunica aos que estão nela aquilo que ela é, inescapavelmente o
ser se volta para a vida lhe questionando e lhe esperançando a sua existência.
E se a vida é pessoal, a vida é uma pessoa relacional. A vida é Deus.
As coisas têm
vida? Não. A coisas fazem parte da vida, lhes dar um predicado ou valor que só
é devido à própria vida seria pedir para que não começássemos a pensar a
respeito. Pois, se o objeto é a vida, tudo o que teríamos seriam objetos e não o
sentido. Na verdade, nem teríamos consciência acerca da própria existência.
Algo assim é quase impossível de se refletir. Portanto, se as coisas ou objetos
não são a vida, nossas atitudes devem refletir este conhecimento, isso fará com
que nossas vidas fiquem mais fáceis de serem vividas.
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